12/08/2014

Short-fic: Distance - Capítulo 5


Capítulo 5 - Distance

Por Bella Swan.

Eu estava me sentindo... Enjoada?

Talvez. Não sei exatamente como estava me sentindo.

Dar de cara com aquela loira de olhos azuis que mais parecia ter saído de uma das revistas daplayboy fez com que eu me sentisse mais insegura do que nunca. Ela era bonita demais.

Depois de sair de perto de Edward e ela fui para a cozinha vazia e me refugiei em minha bolha de desespero.

O que estava pensando?

Que eu iria contar a verdade para ele, pedir perdão e depois nós voltaríamos a ser aquele casal feliz que sempre fomos antes de eu estragar tudo?

Como eu havia sido tola.

Nada seria como antes.

Ambos havíamos mudado, ambos havíamos amadurecido e parte de quem éramos havia ficada para trás.

Eu iria contar a verdade para Edward, mas esperança de que voltássemos a ficar juntos não existia mais. Iria contar para Edward a respeito do filho que perdi porque ele merecia saber. Mas não esperava mais que ele me perdoasse porque ao ver Tanya percebi que ele merecia alguém melhor do que eu. Se ele não ficasse com ela, ficaria com outra.

Eu havia mentido para ele. Eu o havia feito sofrer. Eu havia transformado nosso casamento em areia e pó. Havia feito com que nós nos tornássemos distantes um do outro.

Eu não era digna de estar ao seu lado. Não era digna de ser amada por um homem tão maravilhoso como ele. Não mais.

Talvez um dia eu tenha sido, mas agora já não sou. Perdi essa dignidade a partir do momento em que escondi dele o filho que eu abortei por um grande descuido meu.

Ainda me lembro da época em que casamos e Edward disse que queria ter uma família bem grande, pelo menos seis filhos. Tendo sido filho único, Edward sempre sentiu falta de ter companhia e queria uma casa bem cheia. Lembro-me do sorriso de felicidade dele quando o médico anunciou que eu estava grávida de gêmeos.

Nem mesmo as estrelas possuíam tamanho brilho como o olhar dele.

Edward estava tão feliz quanto eu.

Era apenas o começo da nossa família, o começo de um sonho.

Esme, Carlisle, Renée, Charlie e toda a nossa família se juntou para comemorar. Alguns meses depois eu dei a luz a um menino e uma menina, os maiores bem preciosos que nós tínhamos.

Tudo estava perfeito.

Eu tinha um marido maravilhoso e carinhoso, tinha dois filhos que eram verdadeiros anjos em nossas vidas e era completamente feliz. Edward era muito mais do que eu sonhei em ter na minha vida e eu agradecia aos céus por isso. Meus filhos eram perfeitos e saudáveis, dois pimpolhos que corriam e brincavam pela casa sorrindo e felizes.

Eu tinha uma família maravilhosa e não imaginava que qualquer tempestade poderia afetar essa felicidade.

Então, quando Marie e Anthony fizerem 3 anos, eu descobri que estar grávida novamente. Esta de 4 semanas e estava planejando uma maneira especial de contar a Edward a novidade. Eu tinha certeza de que ele ficaria feliz, pois sabia de seu desejo de ter uma grande família.

Naquele dia eu dei um beijo nele antes de ele sair para trabalhar e disse que quando ele voltasse, tinha uma surpresa para ele. Iria preparar um jantar especial para nós dois, pois tinha pedido para minha mãe cuidar de meus filhos por aquela noite.

Mas cismei em trocar as lâmpadas queimadas e subi em uma escada alta demais. Tive uma tontura, desequilibrei e cai no chão desmaiando em seguida.

Quando acordei algumas horas depois, estava num hospital com um médico me examinando e quando perguntei a ele sobre meu bebê, ele dissera que ele não havia sobrevivido à queda.

Não havia palavras o suficiente para descrever a dor que me assolou naquele momento.

As paredes da minha felicidade ruíram.

A enfermeira disse que iria chamar meu marido que estava na recepção pirando de preocupação e eu implorei para que nenhum deles contasse a Edward a respeito do bebê que eu havia abortado, pois ele não sabia de minha gravidez.

Quando Edward entrou pálido de preocupação no quarto e me abraçou, eu senti que não poderia contar a ele sobre o bebê que eu havia perdido, pois ele iria ficar com raiva de mim.

A perca daquele filho era como roubar seu sonho, ou melhor, quebrá-lo em mil pedaços e eu não queria fazer isso com o homem que eu amava.

O tempo passou e aos poucos a tristeza foi fazendo com que eu definhasse. Eu me sentia sufocada em guardar aquele segredo dele, mas ao mesmo tempo não queria magoá-lo. Por um momento, eu pensei que poderia viver uma vida ao lado dele e nunca contar sobre o filho que perdi, mas me enganei.

Todos os dias eu acordava ao lado dele e me lembrava que o estava enganando. Estava escondendo dele um segredo que ele deveria saber, porém não tinha coragem de contar a ele.

Em nossas noites de amor, eu me entregava de corpo e alma para ele e me permitia ser feliz, amada e desejada por ele. Mas no dia seguinte eu me sentia mal, me sentia suja por receber tanto amor e carinho de alguém e não ser digna.

Foi ai que eu comecei a achar que só havia uma maneira de concertar meu erro. Libertá-lo de mim mesma, para que ele pudesse ficar com alguém digna de seu amor.

Eu me transformei em uma mulher fria. Fazia o meu papel de esposa e mãe, mas tudo mecanicamente.

Eu me sentia vazia, oca por dentro.

Sabia que Edward não iria conseguir agüentar aquilo por muito tempo, e então ele fez exatamente o que eu esperava. Chamou-me para conversar e tentou entender o que estava acontecendo conosco. Eu menti e disse que não sabia assim como ele. Então de um comum acordo, decidimos nos separar.

Agora aqui estamos nós exatamente um ano e dois meses depois do nosso divórcio.

Separados. Eu infeliz e ele com a oportunidade de reconstruir sua vida.

Rosalie disse que Tanya é interesseira, mas talvez ela esteja errada e ela o faça feliz. Eu havia acabado de deixá-los conversando e Edward havia sido gentil com ela.

Talvez ela seja digna de estar ao lado dele e fazê-lo feliz. Isso é tudo o que me importa agora.

Que Edward seja feliz, não importa o quanto isso me custe.

Mal percebi que lágrimas escorriam por meus olhos, transbordando toda a tristeza em meu coração. Enxuguei-as delicadamente e respirei fundo.

Eu tinha de ser forte, pois tudo o que estava acontecendo agora era fruto de minhas escolhas no passado.

Um dos mais sábios dizeres já criado é você colhe o que planta.

E eu estava colhendo o que plantei. Plantei infelicidade na vida de Edward e agora estou recebendo infelicidade em minha vida.

– Mamãe, mamãe – Marie entrou correndo na cozinha e eu tratei de colocar um sorriso em meu rosto para ela.

– Oi, meu amor – agachei-me ficando na altura dela, acariciando os cachinhos de seu cabelo.

– A vovó ta chamando a senhora lá na sala – disse com sua voz melódica.

– Tudo bem, vamos ver o que ela quer – peguei a mão dela e fomos para sala. Quando apontamos perto da porta avistamos Alice, Jasper e meu amigo – ou seria amiga? – James vestido num jeans preto agarrado, com botas de salto baixo e echarpe cor de rosa.

Meu Deus, eu não estava vendo aquilo!

Até maquiagem ele estava usando.

Marie soltou minha mão e saiu correndo em direção a ele, e eu a segui até porta para recebê-los dando risada.

James, James... Nunca mudará!

Por Edward Cullen.

– Não acredito que a gazela saltitante do James veio vestida daquele jeito – Emmett murmurou dando risada, chamando minha atenção.

Segui o olhar dele e pela primeira vez olhei de fato para aquele que eu julguei ser meu rival. Ou seria aquela?

Na hora que vi a pessoa que Bella abraçou meu queixo quase caiu. Aquele era o tal James?

Olhei para Emmett.

– Aquele é James? – perguntei.

– Se você esta se referindo aquele pavão de echarpe cor de rosa que Bella esta abraçando, sim – respondeu balançando a cabeça descrente, dando mais um gole na bebida dele.

Não agüentei e cai na risada. Uma risada de diversão e puro alívio.

– O que foi, porque você esta rindo tanto? – Emmett perguntou dando risada da minha reação.

– Cara, pensei merda a respeito desse James nos últimos dias... É a primeira vez na vida que eu me sinto aliviado em saber que um homem, na verdade é gay – falei, tentando disfarçar a risada em forma de tosse, pois algumas apesar da casa estar cheia, algumas pessoas estavam olhando para mim e Emmett.

Contei por cima sobre quem eu pensava que fosse James a ele.

Emmett caiu na risada também.

– Não acredito... De todas as pessoas pra você pensar que Bella poderia ter um caso, tinha de ser logo a Maria Porpurina do James? – falou dando risada. – Cara, se bobear James é muito mais mulher do que Bella e Rosalie juntas, de tão gay que ele é.

– Pelo o que eu estou vendo sim – comentei voltando a olhar para Isabella que conversava sorrindo com James e mais duas pessoas que embora eu tivesse a vaga lembrança de já ter visto, não sabia o nome.

– Relaxa, Edward – tranqüilizou Emmett – Eu trabalho com Isabella e te garanto, ela não tem ninguém. Ela vive pra trabalhar e pros filhos.

– Eu realmente espero que você esteja certo – falei.

Passei boa parte da noite conversando com Emmett. Havia sentido falta dele. Nunca fui uma pessoa de ter muitos amigos, pois a vida que sempre levei que não me permitia isso. Quando me casei com Bella, Emmett se tornou o amigo mais próximo que eu poderia ter. Além do mais, ele é um cara super gente boa e divertido. Sempre levando a vida de maneira esportiva e descontraída. Porém, dividi minha atenção também com Marie e Anthony que queria brincar lá fora. Estava ventando muito, principalmente pelo fato da casa de Renée dar de frente para o mar. Dentro da casa estava quente por causa de aglomeração de pessoas e dos aquecedores ligados, mas lá fora deveria estar muito frio, então convenci a eles a brincarem apenas dentro de casa.

E foi nesse meio tempo que perdi Isabella de vista. Já era quase meia noite e eu não a encontrava em lugar algum. Onde ela estava?

Perguntei a Renée e Rosalie, mas nenhuma das duas sabia onde ela estava. Fui para a cozinha e ela estava vazia.

Estranho. Se ela não estava na sala e nem no andar de cima, pois eu já havia checado, onde ela estava?

Foi então que eu vi a brecha da porta da cozinha que dava para o deque do lado de fora aberto e de longe eu a vi. Ela estava La fora, debruçado sobre o beiral com o vento da noite balançando seus cabelos para trás.

Linda. Definitivamente linda.

Eu a conhecia bem o suficiente para ler em sua expressão que ela estava pensativa.

Ela estava sozinha. Era a chance perfeita de nós conversarmos.

Peguei duas taças e as enchi com vinho em minha frente e fui lá para fora ao seu encontro.

Eu tinha de tentar começar de alguma forma.

Por Bella Swan.

Lá fora, onde as vozes de todos os convidados de minha mãe era apenas um sussurro se misturando a noite eu podia pensar com maior clareza.

O vento frio da noite de natal era cortante, porém reconfortante se comparado ao caos que estava dentro de mim naquele momento.

Durante quase toda a noite, eu havia sorrido para todos e dito que estava bem. Porém, por dentro era como se eu sangrasse e lágrimas estivessem escorrendo internamente. Eu estava com o coração partido, porém tentando manter a calma e a coragem que eu sentia crescer dentro de mim para fazer o que era certo.

Eu iria esperar o momento certo para contar a Edward toda a verdade. Não sabia como começar, mas tinha de haver uma maneira.

Eu estava tão distraída, que nem percebi quando ele se aproximou de mim.

– Pensativa? – sussurrou, e aquela voz aveludada fez com que um arrepio percorre o meu corpo por inteiro.

Me virei e coloquei o melhor sorriso em meus lábios.

– É, um pouco – admiti com um suspiro. Ele me ofereceu uma taça de vinho e eu aceitei sussurrando “obrigada”.

– Porque esta sozinha aqui fora, quando todos estão lá dentro? – perguntou.

– A casa esta muito cheia... Vim aqui pra pensar e respirar um pouco de ar puro – falei. – Mas e você, o que veio fazer aqui fora?

– Vi você aqui e vim ver se estava tudo bem. Nunca vi você distante da festa numa noite de natal, antes – falou.

– Estou bem... Só estou tentando colocar as idéias no lugar pra fazer as coisas certas – murmurei.

– Muitos problemas no trabalho? – perguntou.

– Alguns, mas tudo se resolve com o tempo – respondi. – Mas mudando de assunto... E Carlisle e Esme, porque não vieram com você?

– Meu pai pegou uma gripe esse dias e ele e minha mãe acharam melhor não abusar e saírem em uma noite fria como esta – falou. – Passei na casa deles e fiquei um tempo com eles antes de vir para cá. Eles mandaram um abraço para você – sorriu.

– Mande outro por mim para eles quando os vir – falei.

– Lembrarei disso – disse. – Esme sente a sua falta.

Abaixei o olhar e fitei o chão, sentindo um aperto em meu peito.

Eu adorava Esme e Carlisle, eles sempre me trataram como se eu fosse filha deles.

– Também sinto a dela – admiti num sussurro.

Edward delicadamente levantou meu rosto e olhou intensamente em meus olhos.

Meu coração disparou.

Seus olhos verdes tinham uma luminosidade tão pura e verdadeira que eu sentia que a qualquer momento eu iria desmoronar e começar a chorar na frente dele.

– Por quê?

– Porque o que? – indaguei.

– Porque nós nos distanciamos? O que houve entre nós que fez com que nós perdêssemos tudo o que tínhamos, porque nós nos separamos? Aonde foi que erramos?

Fechei os olhos e segurei a mão que levantou o meu rosto afastando-me dele.

– Não foi sua culpa... Não foi onde nós erramos e sim onde eu errei – falei.

Edward colocou a taça de vinho que estava em sua mão em cima me beiral e pegou a da minha mão fazendo o mesmo.

– Bella, quando nos casamos foi para compartilharmos uma vida juntos. – disse. – Eu te amava e achava que você também me amava.

– Eu amava você – confirmei. E ainda amo, acrescentei mentalmente.

– Era para sermos um casal, lembra? – perguntou. – Na alegria e na tristeza; na saúde e na doença por todos os dias de nossas vidas.

– Eu me lembro – sussurrei olhando para ele.

– A pergunta que eu mais fiz e faço a mim mesmo é “O que aconteceu?” e recentemente eu obtive a resposta – falou.

– E qual é? – quis saber.

– O que você esconde de mim, Bella? – perguntou. Um calafrio percorreu meu corpo. – Que segredo você guarda que foi capaz de nos destruir?

Como ele sabia que eu guardava um segredo?

Só existia uma pessoa que sabia dele e essa pessoa era Rosalie. Ela jamais diria a ele isso.

– Como você sabe? – perguntei. – Como sabe que eu escondo algo de você?

– Você se tornou uma pessoa fria e inviolável da noite pro dia, Bella. Eu demorei pra perceber que você havia se tornado uma mulher extremamente mistérios e enigmática, pois eu estava muito preocupado em salvar nosso casamento... – falou e com um suspiro continuou. – Mas eu não consegui, e quando eu achei que aquilo a estava sufocando, fiz o que era melhor pra você e pros nossos filhos. Porém só agora eu percebi que isso não aconteceria sem um motivo, por isso cogitei a possibilidade de você esconder algo, um segredo ao qual você acaba de confirmar que existe.

– E agora você quer saber que segredo é esse – conjecturei.

– Não, eu não quero – ele disse para minha total surpresa.

Olhei para ele sem entender nada.

– Não quer? – sussurrei confusa.

– Não quero saber de algo que destruiu nós dois – disse. – Não quero saber de algo que a faz infeliz. Eu quero esquecer o passado e recomeçar.

– Você esta livre pra recomeçar a sua vida a hora que quiser Edward... Seguir em frente – disse a ele.

– Não, eu não estou – negou e deu um passo a frente. Eu podia sentir sua respiração entrecortada em meu rosto. – Porque sem você, eu não posso.

– Tem de tentar – disse ao mesmo tempo em que uma lágrima solitária escorria de meu olho.

Edward estava dizendo que não podia recomeçar sem mim, assim como eu não podia fazer isso sem ele.

Ele acariciou o meu rosto enxugando a lágrima que escorria por minha bochecha.

Fechei os olhos, sentindo o calor de seu toque.

Como eu havia sentido falta disso...

– Mas eu não quero – sussurrou se aproximando ainda mais de mim. – Não quero recomeçar sem você, nós ainda podemos recomeçar se você quiser...

– Não, não podemos – sussurrei abrindo os olhos e olhando para ele. – Você não entende, eu estraguei tudo... Acabou. Você nunca vai me perdoar depois que souber o que eu escondo.

Ele franziu o cenho.

– Só existe uma coisa que eu não seria capaz de perdoar e essa coisa é traição – ele falou.

– Eu jamais te trairia – disse a ele.

– Então eu posso passar por qualquer coisa – deu de ombros. – Podemos superar qualquer coisa, Bella.

– Esta errado, não... – comecei a dizer, mas ele calou meus lábios pousando o polegar neles.

– Shhh... – disse. – Não diz mais nada.

Edward se inclinou e então me beijou. E eu me esqueci de qualquer coisa que pudesse nos separar novamente.

Enquanto eu estava em seus braços, com ele me beijando, eu tinha apenas a vaga ciência de que os fogos de artifício explodiam no céu da meia noite marcando a noite de Natal.

Todo o resto se apagara. Por um momento não havia mais segredo que nos separava. Havia apenas nós dois.

Seus lábios nos meus, sua boca na minha. Seus braços a minha volta, mantendo-me junto a ele, que era onde ele queria que eu estivesse. E onde eu queria estar.

Mas como a vida não é um conto de fadas, eu acordei daquele sonho e assim que tive a oportunidade me afastei dele, quebrando o beijo.

– Não, está errado... Não posso fazer isso – sussurrei. Dessa vez não consegui segurar as lágrimas que escorriam violentamente por minha face. – Eu tenho de ir.

Virei-me para sair dali mas ele segurou o meu braço.

– Bella... Não por favor, não vai – pediu.

– Não posso – sussurrei. – Me perdoe, mas eu não posso.

Soltei meu braço de sua mãe e sai de lá. Passei pela sala sem que ninguém me visse e subi para o quarto me trancando lá.

Eu havia sido fraca. Fraca por amor.

Mas não podia persistir naquele erro. Eu precisava contar para ele e me libertar de uma vez por todas.

Por Edward Cullen.

Ela me deixou ali, sozinho.

Mas pelo menos eu tinha certeza de algumas coisas.

Bella escondia sim um segredo, segredo esse que a atormentava profundamente. Mas eu senti na maneira como ela correspondeu ao meu beijo que ela ainda me amava e que havia esperança. Agora custe o que custar, eu iria descobrir o que era.

Voltei para dentro de casa desejando Feliz Natal a todos. Isabella não estava na sala e quando perguntei a Rosalie sobre, ela disse que fazia tempo que não a via. Provavelmente ela deve ter se escondido no segundo andar.

Não há palavras o suficiente para descrever a dor que eu senti em ver a agonia e o desespero nos olhos de Bella enquanto lágrimas escorriam por sua face. Seja o que for que ela esconde de mim, á machucava profundamente.

Eu tinha de encontrar uma maneira de fazê-la dizer. Tinha de encontrar uma maneira de libertá-la do que a sufocava.

E iria ser ainda naquela noite.

Todas as pessoas da festa aproveitaram os comes e bebes da festa, mas eu não estava com um pingo de fome. Como Isabella havia simplesmente desaparecido, cuidei de nossos filhos e quando vi que eles estavam com sono falei com Renée e ela me levou até um quarto no segundo andar onde eu os botei para dormir. Anthony dormiu rápido, mas Marie pediu para que eu ficasse ao seu lado segurando sua mãozinha, pois ela estava com medo do escuro.

E foi o que eu fiz. Enquanto eu via os meus dois filhos dormirem, percebi que são pequenos momentos como esse que eu perdia por estar separado de Bella. Eles eram duas crianças adoráveis e mereciam ter uma família unida.

No momento, minha família estava quebrada, mas eu iria lutar para reconstruí-la não importa quanto tempo leve.

– Eles dormiram? – ouvi Isabella perguntar e então a vi encostada no batente da porta do quarto. Seus olhos estavam inchados, ela realmente havia chorado.

– Sim, dormiram – respondi me levantando do lado de Marie que já havia adormecido profundamente.

– Isso é bom, eles estavam cansados. Brincaram a noite inteira – comentou.

– Brincaram mesmo – concordei parando de frente para ela. – Precisamos conversar.

– Não agora... Por favor – pediu.

– Como quiser – eu disse.

Ela suspirou e saiu do corredor indo em direção as escadas. Eu a segui.

Quando descemos, percebi que quase todos os convidados haviam ido embora. Só estavam Renée, Charlie, Rosalie, Emmett e James. Charlie sentado no sofá fumando seu charuto com copo de Wisky como manda a tradição.

– Mãe, as crianças dormiram e eu vou pra casa... Preciso pegar umas coisas que ficaram lá – Isabella disse a Renée.

– Tudo bem querida, mas você voltará ou irá dormir por lá mesmo? – Renée perguntou a filha. Eu havia parado e encostado no corre-mão da escada.

– Irei dormir lá – falou. – Pode cuidar deles por essa noite?

– Claro, fique tranqüila – Renée tranqüilizou. – Mas como você irá para casa, você não veio de carro?

Ao ouvi isso vi mais uma oportunidade de ficar a sós com ela.

– Eu te deixo em casa, Bella – falei e ela olhou para trás.

– Não precisa se incomodar Edward... eu chamo um táxi – falou.

– É caminho, não custa nada eu te deixar em casa – dei de ombros e andei até parar perto dela. – Não aceito não como resposta.

Ela deu um suspiro.

– Tudo bem, já que insiste... – concordou.

Dei um meio sorriso.

Despedi-me de todos e ela fez o mesmo.

Peguei a estrada em direção a casa dela, o caminho todo ela não disse uma só palavra eu decidi não forçar a barra até pararmos em frente ao prédio dela.

– Obrigada por me ter trago – ela falou olhando para mim.

– Não há de que, Bella – falei. – Mas eu insisti porque queria falar com você.

– Eu sabia que tinha algo por de trás disso – disse com um sorriso irônico.

– Não da mais pra continuarmos nessa situação. Isso tem de ter um basta – falei.

Ela deu um suspiro.

– Hoje não – ela abriu a porta do carro e saiu. Eu fiz o mesmo e segui ela.

– Bella, não vai... Por favor – pedi, impedindo-a de passar.

– Não force as coisas, Edward... eu... – ela parou de falar ao mesmo tempo em ouvíamos um estouro. Olhamos para onde vinha o som quando vimos que o pneu do carro furou e murchou.

Droga!

– Ah que maravilha! – disse sarcasticamente, procurando o celular nos bolsos do paletó. Então eu me lembrei que havia o esquecido na casa de meus pais.

– É melhor chamar o guincho – ela falou olhando pro carro.

– Posso usar seu telefone? – perguntei. – Esqueci meu celular na casa de meus pais.

Ela deu um suspiro.

– Vem comigo, vamos subir – ela falou.

Entramos no edifício dela e pegamos o elevador. Até chegarmos no andar dela a tensão entre nós dentro do elevador era muito grande.

Quando enfim as portas se abriram, vi ela respirar aliviada. Ela se atrapalhou com a chave, mas conseguiu abrir a porta.

Dentro da sala do apartamento dela, ela me mostrou o telefone e disse para eu ficar a vontade.

Peguei o telefone e disquei o numero do seguro do carro. Tocou várias vezes, mas ninguém atendia.

Noite de Natal, afinal, quem trabalha em noite de natal?

– Conseguiu? – ela perguntou vindo de algum lugar que eu não vi.

– Não, chama, chama, chama, mas ninguém atende – murmurei.

– Já tentou na seguradora?

– Já, da na mesma – falei.

– Quer que eu leve você pra sua casa? – ofereceu.

Olhei bem para ela.

Estávamos sozinhos realmente ali, sem ninguém por perto.

– Não – falei e dei alguns passos até ficar de frente para ela e olhar nos olhos dela. – Só quero que você me diga uma coisa,

– O que?

– Você ainda me ama? – perguntei.

– Não importa mais – ela disse e tentou se esquivar, mas eu a segurei pela cintura, mantendo-a comigo.

– Importa sim – falei olhando no fundo dos olhos dela. – Importa pra mim. Diga que não me ama e tudo volta a ser como era até ontem.

Vi nos olhos dela a sombra de dor de mais cedo a aquilo acabou comigo.

– Não posso – ela falou e uma lágrima escorreu dos olhos dela. – Não posso porque eu te amo. Não posso porque nunca deixei de te amar. Eu amo você, Edward.

– E eu te amo – disse puxando-a para mais perto de mim e sem conseguir segurar o amor que eu sentia por ela, eu a beijei.

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