11/06/2014

Fanfic: Distance - Capítulo 3


Capítulo 3 - The Ruins Of Us

Oh, o que nós estamos fazendo?

Estamos nos transformando em pó, jogando em casa as ruínas de nós.

Correndo em direção ao fogo quando não há mais ninguém para salvar. É como se estivesse correndo atrás do último trem quando já é tarde demais.


Por Edward Cullen.

Olhava a tela do meu notebook em cima da mesa de meu escritório, mas parecia que em vez de números, palavras e balancetes, eu via um rosto.

Um único rosto.

O rosto de Isabella.

Eu estava acostumado a sufocar o que eu sentia por ela, ou melhor, amar em silêncio. Mas depois de ontem eu simplesmente não conseguia pensar em nada que não fosse ela.

Dois toques soaram na porta.

– Entre – murmurei com um suspiro. Definitivamente, eu não estava com cabeça para trabalhar. Era segunda feira, anti-véspera de natal, ou seja, dia 23 de dezembro.

– Edward, só vim aqui para entregar esses contratos que me pediu para imprimir – Rosalie murmurou olhando para as pastas que estavam em suas mãos.

– Conseguiu imprimir todos? – perguntei.

– Sim, consegui. Estavam todos numa pasta só, por isso que você não encontrava – falou colocando os contratos em cima da mesa e enfim olhando para mim. – Precisa de mais alguma coisa?

– Sim, preciso que você desmarque todos os meus compromissos para hoje e que depois arrume suas coisas e vá para casa – dei um sorriso, levantando-me de minha poltrona e ajeitando os botões de meu paletó que estavam abertos.

Ela franziu o cenho.

– Tudo bem, mas... Porque esta me mandando ir embora? – perguntou.

– É anti-véspera de Natal e eu sinceramente não estou com cabeça para trabalhar hoje. Você também não precisa ficar aqui, metade dessa empresa não veio trabalhar – murmurei servindo-me de uma dose de uísque. A bebida queimou em minha garganta.

– Esta tudo bem? – perguntou.

– Mais ou menos, eu estou confuso com uma coisa e isso esta me impedindo de raciocinar com todo o resto – falei soltando o ar quente de meus pulmões.

– Quer conversar? – propôs arqueando as sobrancelhas encostada em minha mesa.

Considerando que Rosalie era a melhor amiga de Isabella e foi nossa madrinha de casamento, não sei se isso era uma boa idéia.

– Não, obrigado, acho melhor não. Você provavelmente vai achar que eu estou louco depois que eu te disser – murmurei.

Ela deu risada.

– Ok, acho que eu até sei sobre quem você esta confuso – ela murmurou.

– O que? – perguntei. será que ela sabia alguma coisa?

– Se for sobre Isabella...

– Não, não é sobre Isabella – menti dando de ombros. – Porque eu ficaria confuso em relação a ela? – perguntei, dando um tiro no escuro.

– Ela não... Bom, deixa pra lá. Acho que já falei demais – murmurou inclinando a cabeça pros lados como quem quer espantar algum tipo de pensamento.

– Em relação a Isabella eu fiquei apenas surpreso ontem... Ela me parecia, sei lá... Diferente – falei.

– Talvez ela finalmente tenha decidido seguir meus conselhos e mudar – deu de ombros com um sorriso.

– Eu só espero que ela seja feliz. Só isso – disse saindo do escritório, ela veio junto.

– Isso só depende das escolhas que ela fizer. Ela errou no passado e esta tendo a chance de concertar este erro agora – Rosalie falou indo para a sua mesa.

– Erro? Que erro ela cometeu? – perguntei apertando o botão do elevador e esperando ele subir.

Rosalie se sentou em sua mesa e deu um sorriso.

– Tenho certeza de que Bella irá dizer á você muito em breve. Eu só peço que não a julgue, pois ela já sofreu, chorou e pagou um preço alto demais por causa dele – murmurou me deixando completamente intrigado.

– Pagou alto demais... Sofreu... Rosalie, do que você esta falando? O que aconteceu? – perguntei tenso de repente.

– Eu não posso te dizer, apenas Bella pode te contar isso. Ela é minha melhor amiga e eu jurei segredo a ela – sussurrou.

– Mas Rosalie... você disse que ela pagou um preço alto demais. Que preço foi esse? – perguntei. Se alguém tiver feio mal a Bella, eu juro que o farei pagar com as minhas próprias mãos.

– Você – disse. – Ela abriu mão de você. Por causa desse erro que ela cometeu, Bella perdeu você.

– Eu? – murmurei incrédulo. Eu não sabia dizer que sentimento se apoderou de mim naquele momento. Eu só sei que um aperto surgiu em meu peito. Era doloroso demais.

– Sim. Você realmente acha que ela deixou de te amar, Edward? Realmente acha, que ela se tornou fria, intocável e extremamente inviolável sem motivo algum?

O elevador chegou no andar, mas eu não conseguia me mover.

O que Rosalie estava dizendo não fazia sentido algum. Ela ter aberto mão de mim?

Não, não foi isso que aconteceu.

Eu sim tive de abrir mão dela. E eu só fiz isso porque não queria roubar uma migalha sequer do carinho, do amor e do afeto dela. Fiz isso por nossos filhos que precisavam dela incondicionalmente.

Eu abri mão dela porque ela não me amava mais. Eu abri mão dela porque nosso casamento a estava sufocando.

Esfreguei as mãos nos cabelos, a minha vontade era de puxá-los e arrancá-los de tamanha que era a aminha tensão naquele momento.

Se ela cometeu um erro, esse erro foi o nosso casamento. E eu sabia que ela se arrependia de ter casado comigo, portanto, ela já havia concertado ele. Afinal, estávamos separados agora.

– Sim, eu realmente acho que ela deixou de me amar – murmurei. – Eu não sei, definitivamente eu não sei o que aconteceu com nós dois. Não sei aonde foi que nós perdemos tudo o que nós tínhamos um pelo outro. E também não sei o motivo de ela ter se transformado no que se transformou. Nosso casamento se tornou uma prova de fogo pra mim, e quando eu vi que nós estávamos nos transformando em pó, jogando em casa as ruínas de nós, achei que era melhor deixá-la. Nossos filhos precisavam do amor dela, precisavam dela incondicionalmente. Então eu achei melhor abrir mão dela. Eu pedi o divórcio, eu abri mão dela. Mas isso não significa que eu não a amava mais.

– Você desistiu fácil demais dela, Edward – Rosalie disse certa.

– Desisti dela, porque nosso casamento a estava sufocando. Desisti dela, porque ela havia se arrependido de se casar comigo. Desisti dela, porque eu a amava e queria que ela fosse feliz – confessei.

– A amava ou ainda ama? – perguntou.

– Isso importa? Ela não irá corresponder de qualquer forma – dei de ombros, sentindo as lágrimas arderem em meus olhos e aquele aperto em meu peito. – Não sei nem porque eu estou falando tudo isso pra você, Rosalie. Você sabe que ela não me ama mais, que ela se arrependeu de ter se casado comigo e que o nosso casamento a sufocava, eu ouvi ela chorando numa noite enquanto conversava com você. Eu não sei o que eu fiz de errado e me pergunto a cada maldito dia aonde foi que eu errei, mas isso já não importa mais.

Rosalie balançou a cabeça em negativa.

– Meu Deus, Edward... Você é vitima de um grande mal entendido... Tudo isso por causa daquele maldito segredo! – ela praticamente cuspiu as últimas duas palavras – O que sufocava e ainda sufoca, é esse erro que ela cometeu e escondeu de você. Ela nunca se arrependeu de ter se casado com você, muito pelo contrário, ela te amava mais do que tudo. Eu sou a melhor amiga dela e perdi as contas de quantas vezes ela disse a mim que você foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela. – Rosalie arregalou os olhos. – Ela ainda te ama. Sempre amou e sempre vai amar.

– Se existe um segredo que ela escondeu de mim Rosalie, então me diga... Porque eu não tenho a mínima idéia do que... – não continuei. Parei enquanto uma idéia passava pela minha cabeça.

Traição.

Não, não, não, não!

Ela não pode ter me traído enquanto ainda estávamos casados. Não pode!

Tudo o que eu fiz foi amá-la. Ela não teria feito isso, teria?

O primeiro nome que veio em minha mente foi James.

Parecia que eu podia ouvir a voz fina de Marie perguntando se o “tio James” estava com Isabella.

Há quanto tempo ela conhecia esse tal James?

– Edward, eu já disse que não posso dizer o que aconteceu. Só posso dizer que envolve você, que ela escondeu algo de você – falou. – Olha, eu já sei que você vai passar o Natal na casa de Renée porque Bella me ligou hoje de manhã e contou. Puxe ela de canto e a chame para conversar. O que falta na Bella é coragem pra te contar tudo o que aconteceu. Ela se sente culpada e...

Eu não conseguia mais ouvir o que Rosalie dizia. Havia me fechado numa bolha de dor.

– Traição – murmurei e as portas do elevador se fechando, me trouxeram de volta a realidade.

– O que? – ela praticamente engasgou com a palavra.

– Ela me traiu, Rosalie? É esse o segredinho sujo que você prometeu guardar? É por isso que ela se tornou tão distante, porque me meteu um belo par de chifres e agora tem a consciência pesada com o erro que cometeu? – perguntei. A dor em meu peito naquele momento era tão grande que eu sentia subir pela minha garganta.

– Não – ela praticamente gritou a palavra. Rosalie se levantou da cadeira e ficou de frente pra mim, olhando no fundo dos meus olhos. – Edward, eu sou melhor amiga dela, mas também fui madrinha do casamento de vocês. Acredite em mim, Bella jamais te traiu. O segredo que ela guarda é algo que envolve vocês dois, somente vocês dois. Quando ela criar coragem pra te contar, você vai entender o porquê ela não disse nada e o porquê ela mudou. O que Bella teve foi uma espécie de depressão.

Rosalie olhava profundamente em meus olhos. Não havia nenhum rastro de dúvidas.

Ela estava dizendo a verdade.

Fechei os olhos e respirei aliviado. Não pude evitar de sorrir. Até mesmo ela sorriu.

– Não sabe o quão aliviado eu fico com isso – murmurei. – Eu posso perdoar qualquer coisa, menos uma traição.

– Foi o que eu disse pra ela diversas vezes – Rosalie murmurou. – Ok, senta um pouquinho aqui no sofá. Vou pegar um café pra gente na copa. Tem algumas coisas que você precisa saber – Rosalie murmurou saindo de lá e indo pra copa.

Naquele andar havia a recepção com um sofá e uma gigantesca TV de LCD, a mesa da secretária – a mesa de Rosalie -, a sala de reuniões, a copa, um banheiro lavabo e a minha sala.

Na maior parte do tempo eu passava na minha sala e Rosalie na mesa dela, como minha secretária.

Sentei-me no sofá de couro preto e até afrouxei um pouco a gravata.

Nesse momento, Rosalie apareceu com uma bandeja com duas xícaras de café.

– Obrigado – agradeci, enquanto ela me passava á xícara.

– Não há de que – sorriu e se sentou no outro sofá de frente pra mim, deixando a bandeja na pequena mesinha de vidro na frente.

– Então, o que é que eu preciso saber? – perguntei.

– Ok, vamos estabelecer as regras – falou.

– Regras? – indaguei dando risada.

– Sim, regras – confirmou com um sorriso. – Primeiro de tudo: Nós nunca tivemos essa conversa. Bella jamais poderá saber o que eu vou falar aqui pra você. Segundo: Não me pergunte qual é o segredo que ela esconde de você, pois não posso dizer por mais que eu deseje. Isso é uma coisa muito intima e é entre você e ela. Terceira: Quero que você me libere do serviço amanhã, pois é véspera de natal e eu preciso aprender a fazer um Manjar dos Deuses pra impressionar minha futura sogra, dona Renée. Isabella vai me ensinar, disse que é a sobremesa favorita de Emmett.

Dei risada.

– Ok, regras aceitas – murmurei. – Amanhã você não precisa vir trabalhar, pois eu também não virei. E pra mostrar como eu sou um patrão bonzinho, vou pagar 14º salário para você, estamos combinados?

– Mais combinados impossível – deu risada.

– Perfeito – concordei. – Agora me diga, o que sobre Isabella eu preciso saber?

– Ela te ama, Edward. Isabella esta e sempre esteve completamente apaixonada por você – falou. – Ela sente a sua falta mais do que você sequer pode imaginar.

– Como eu queria poder acreditar nisso – falei.

– Mas é a verdade – Rosalie firmou.

– Simplesmente eu não consigo acreditar nisso, quer dizer... Ontem ela parecia à mulher que eu amava, mas e todos os outros dias? E tudo o que aconteceu durante o tempo em que estivemos sob o mesmo teto e durante esse um ano que se passou desde o nosso divorcio? – disse.

– Eu sei que é difícil de acreditar, mas quando você souber do segredo dela vai entender tudo o que aconteceu – explicou.

– O que há de tão sério nesse segredo, Rosalie? – perguntei.

– Não posso te dizer sem te revelar. Isabella jamais me perdoaria se eu fizesse isso – murmurou.

– Tudo bem, mas acha mesmo que Isabella me ama?

Rosalie abriu um sorriso imenso.

– Não acho, tenho certeza. Ela me disse isso ainda ontem – garantiu. – Mas e você a ama?

– Sim, eu a amo. Amo tanto que chega a doer – confessei com um sorriso besta no rosto. – Abrir mão dela, pedir o divórcio foi à coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida. Eu daria tudo, trocaria tudo para tê-la de volta ao meu lado. Pra poder amá-la incessantemente durante todos os dias de minha vida novamente... Deus, eu sou louco por ela!

– E ela completamente e incondicionalmente apaixonada por você – falou. – Já perdi as contas de quantas vezes vi ela chorar, sofrendo por estar longe de você.

Arregalei os olhos e aquele mesmo sentimento de esperança de ontem, tomou conta de mim.

– Isso acontece mesmo? – perguntei.

Será que Isabella sente a minha falta com a mesma intensidade que eu sinto dela? Será que ela sofre por estar longe de mim, assim como eu sofro por estar longe dela?

São tantas dúvidas, perguntas e incertezas.

– Sim, com a mesma freqüência que você costuma me perguntar se ela esta bem e feliz. – confirmou. – Se não, até mais. Mas uma coisa eu te garanto. Sem você, Isabella não é feliz.

– E o que sugere que eu faça agora? – perguntei.

Ela ficou pensativa por um momento.

– Espere até amanhã, na noite de Natal – falou. – Não sei exatamente o que ela pretende, mas eu acho que ela vai conversar com você amanhã.

– Não foi por causa das crianças que ela me chamou pra passar o natal com ela, não é? – indaguei sorrindo.

– Não, não foi por causa das crianças. Ela ligou porque quer estar perto de você – confessou.

Eu bem que achei estranho quando ela ligou. De inicio, fiquei preocupado, pois já era tarde da noite.

Mas quando ela me garantiu que tudo estava bem, respirei aliviado e pude aproveitar do prazer que ouvir apenas a voz dela me dava.

Quando ela me chamou pra passar o Natal com ela então, não havia palavras o suficiente para descrever minha surpresa e alegria de tamanha que era.

Aquele era um convite irrecusável, além do mais, eu precisava retribuir o presente que ela me dera. Mas eu não tinha a mínima idéia de como fazer isso.

O que eu poderia dar de presente a ela?

– Bom, diante de tudo o que você me falou, acho que devo me preparar mentalmente pra enfrentar o Natal, não é?

– De certa forma, sim – falou.

– Ótimo, então é melhor eu ir embora pra casa e descansar um pouco – murmurei me levantando do sofá e ajeitando a gravata novamente.

– Bom, eu também vou pra casa daqui a pouco – Rosalie falou. – Só vou ajeitar as coisas por aqui.

– Tudo bem, vai querer carona? – perguntei. – Qualquer coisa eu te espero.

– Não, não precisa. Eu vou pegar um taxi ou se não ligo pra Emmett para ele me levar pra casa de Bella – sorriu. – E você, pense em tudo que eu te disse.

– Pode ter certeza de que eu vou pensar – garanti.

– Bem, não esqueça as regras – ressaltou. – Essa conversa nunca existiu. Isabella jamais vai poder saber que eu te disse tudo isso.

– Pode deixar, eu não vou dizer nada pra ela – prometi. – Mas o mesmo vale pra você, não diga nada do que eu confessei a você aqui, por favor, Rosalie.

– Seu segredo também esta bem guardado comigo, Edward – prometeu. – Sabe, às vezes eu acho que deveria ter feito Psicologia em vez de Secretariado Empresarial como faculdade. Daria uma ótima Psicóloga.

Dei risada.

– Pois aí eu não teria uma secretária tão eficiente – brinquei indo até o elevador e apertando o botão novamente. – Vai por mim, você escolheu a área certa.

– Vou encarar isso como um elogio – falou.

– Pode encarar, porque é isso mesmo. Um elogio – murmurei.

– Obrigada chefinho... E ah, não esquece do meu 14º salário.

Dei risada e entrei no elevador apertando o botão pra ir para o subsolo, que era onde ficava o estacionamento.

– Pode deixar, não vou esquecer – garanti. – Até amanhã, Rosalie – saudei enquanto as portas se fechavam.

Ao chegar no estacionamento, fui para o meu carro e com um suspiro, afundei-me no banco macio do Volvo e sai dirigindo pelas ruas de Nova Iorque.

Que eu não ia para casa, estava mais do que óbvio. Eu tinha que fazer algumas coisas antes, coisas essas que envolviam Isabella.

Por Bella Swan.

A campainha tocou e eu corri para porta. Ao escancará-la, Rosalie e Emmett apareceram.

– Uau, chegaram cedo – comentei gesticulando para que entrassem.

– Pois é, Edward me liberou mais cedo hoje – Rosalie falou.

– Que bom!

– Trouxe vinho e será que podemos pedir pizza, priminha? – Emmett falou colocando uma sacola de papelão em cima da minha mesa.

– Pra mim parece perfeito – falei pegando as garrafas e levando-as para a geladeira.

– Cadê os meus pimpolhos terroristas? – Emmett perguntou, referindo-se aos meus filhos.

– Estão na casa de minha mãe – respondi. – Aliás, eu não esperava você aqui, pensei que só Rosalie fosse vir aqui.

– Bom, quando ela me ligou e pediu para que eu fosse buscá-la na M&C TechnologicalIntelligence, pensei que eu poderia assim ver vocês cozinhando e quem sabe tirar uma lasquinha de tudo? – disse com um sorriso zombeteiro e com a maior cara de pau possível.

Rosalie e eu gargalhamos ao mesmo tempo.

– Aha, vai sonhando Emmett McCarthy! – Rosalie disse. – Acha mesmo que em quando eu e a Bella damos o maior duro aqui no cozinha, você vai fica comendo a cereja do bolo?

– Bom, essa é a idéia – confessou o cara de pau. Parei ao lado de Rose e pus a mão na cintura – Vai passar um jogo de baseball na TV a cabo e eu sei que a minha querida priminha não vai se importar se eu alugar um pouquinho a maravilhosa tela de LCD dela enquanto vocês fazem os doces pra amanhã...

– Mas é muita cara de pau! – Rosalie comentou ao mesmo tempo em que o celular de Emmett começava a tocar aquela música irritante daquele cantor Coreano chamado Psy. Gangnam Style!

Emmett saiu do apartamento e foi atender.

– Bom, por onde vamos começar? – Rosalie perguntou.

– Bom, vamos começar pelo Manjar dos Deuses, afinal, ele precisa ir pra geladeira para ficar no ponto – falei.

– Ótimo, mas você já sabe que vai ter de me ensinar tudo não é? Sabe que eu sou terrível na cozinha – Rose lembrou-me.

Dei risada.

– Fica sossegada – tranqüilizei-a. – Deixa que eu dou conta do recado – brinquei ao mesmo tempo em que Emmett abria a porta e entrava novamente.

– É, meu jogo vai ter que ficar pra outro dia – falou. – Vou sair.

– Posso saber pra onde? – Rosalie perguntou botando as mãos na cintura, enquanto eu pegava os ingredientes dentro do armário e os colocava em cima da pia.

– Edward me ligou e pediu pra que eu o encontrasse no shopping. Ele quer conversar comigo... Nossa, fazia tempo que eu não conversava com ele – falou.

– Edward? – arqueei as sobrancelhas. Edward e Emmett se tornaram extremamente amigos na época em que éramos casados.

Não sabia que essa amizade havia continuado até depois do nosso divórcio.

– Pois é, vou encontrar ele – disse Emmett. Ele deu um beijo em Rosalie e um beijo na minha testa – Se cuidem meninas e deixem um pouquinho de vinho pro Papai aqui – falou o convencido com um sorriso brincalhão nos lábios e saiu pela porta.

– Edward e Emmett se encontrando? – Rosalie indagou, olhando pra mim.

Dei de ombros.

– Bom, Edward e eu nos separamos... Mas isso não significa que ele tivesse de se separar dos amigos que fez em minha família – murmurei abrindo o pacote de maisena.

– E você e o Edward? – perguntou. – Quando vai tomar vergonha na cara e dizer pra ele a verdade?

Olhei pra ela e respondi.

– Amanhã – sorri.

– Uau, então isso exige uma super produção hem! – brincou.

Dei risada.

– Eu sei... é só que... eu to evitando pensar muito no assunto. Me bate um calafrio só de imaginar a reação dele...

– Bella, Edward te ama. Ele vai te perdoar – Rosalie falou.

– Deus te ouça, Rosalie! – exclamei e puxei ela de volta pra cozinha.

Teríamos uma longa tarde cheia de coisas a fazer.

Por Edward Cullen.

Vi quando Emmett apontou na porta do barzinho onde eu o estava esperando e acenei para que ele se juntasse a mim.

– E aí, brother... Quanto tempo! – saudou com um aperto de mãos.

– Pois é Emmett, vida corrida... Sabe como é – murmurei gesticulando para que ele se sentasse na cadeira a minha frente.

– É, mas quem separou foi você e a Bella... o povo lá de casa sente a sua falta cara. Aparece de vez em quando, poxa – falou.

Dei um sorriso.

– Pode deixar, que se der tudo certo eu vou aparecer mesmo – garanti.

– É pra aparecer mesmo – pressionou. – Fiquei surpreso quando você ligou.

– Sim, eu também fiquei surpreso. Mas você foi a primeira pessoa que me veio a cabeça mais próxima de Bella além de Rosalie – falei.

Ele gargalhou.

– Sabia que tinha haver com a minha prima. Você nunca esqueceu ela, não é? – perguntou com as suas grossas sobrancelhas arqueada.

– Nunca – respondi. – Preciso da sua ajuda com uma coisa – falei.

– Estou a disposição meu amigo – falou.

Expliquei a ele sobre a longa conversa que tive com Rosalie. Sobre o segredo e tudo o que mais que ela havia me dito e sobre o que eu pensei quando ela me disse que havia de fato um segredo.

Quanto mais eu falava, mais ele ficava incrédulo.

– E então, o que você acha? – perguntei.

– Cara... eu... – ele parou por um momento coçando a cabeça e dando um gole na cerveja que o garçom havia acabado de trazer – Nem sei o que te falar. Se Isabella tem um segredo, é de fato um segredo mesmo. Porque ninguém nunca percebeu nada. Rosalie realmente escondeu muito bem isso. Minha loirinha é ardilosa viu... E eu ainda vou me casar com ela! – jogou as mãos pro alto, indignado.

Dei risada.

– Vai enfiar a coleira também, Emmett? – perguntei.

– Pois é, não sei onde eu to com a cabeça mas vou – respondeu. – Essa mulher ainda vai ser a minha perdição!

– Boa sorte! – falei.

– Obrigada cara – gargalhou. – Mas e aí, o que você pretende fazer? Ir atrás da Bella e conversar com ela? Tentar arrancar a verdade dela?

– Não sei – admiti. – Rosalie me aconselhou a esperar até amanhã, Bella é quem quer falar comigo.

– Então espere – falou. – O que é mais um dia, pra quem já esperou mais de três pra ter a mulher que realmente ama de volta?

– Eu sei... Mas isso esta me estressando. Porque ela guardou um segredo de mim? Segredo esse que nos levou ao divórcio?

– Cara, eu realmente não sei... Mas ela deve ter tido um bom motivo – falou.

– Que motivo, Emmett? Será que ela não confiava em mim? Meu Deus eu não consigo agüentar isso...

– Calma cara, relaxa um pouquinho ai – falou com um sorriso brincalhão, tentando apaziguar a minha tensão. – Lembre-se que apesar de tudo, minha prima te ama.

– Me ama, mas escondeu algo muito sério de mim. A pergunta é, o que foi?

– Bom, você só vai descobrir isso amanhã. Acha que conseguirá perdoá-la se for muito sério? – perguntou.

– Não sei. Meu amor por ela é grande demais, mas não sei até aonde eu sou capaz de ir por ela... Eu achava que ela não me amava, e agora descubro que tudo é uma máscara. Não sei o que pensar – falei.

– É, realmente você esta numa situação complicada. Não sei o que faria no seu lugar.

Parei um minuto para pensar.

Por um lado eu tinha uma pequena chance de ter Isabella de volta, mas por outro... Se ela guardou um segredo capaz de destruir nosso casamento, o que mais ela escondia?

Por um momento eu me dei conta de uma coisa, que me assustou.

Eu nunca conheci bem Isabella.

Eu me apaixonei por ela e logo casei.

Quem era de fato a mulher que eu amava?

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