10/06/2014

Fanfic: Distance - Capítulo 2


Capítulo 2 - In Your Eyes


Por Bella Swan.

Eu tinha tomado a minha decisão.

Eu iria reconquistar Edward. Eu iria contar toda a verdade pra ele e se ele me perdoasse, eu iria dizer o quanto eu o amava. Iria conseguir a minha vida de volta. Iria conseguir a minha felicidade de volta!

Eu olhava para o closet a minha frente, mas parecia que nenhuma das roupas a minha frente pareciam ser certas para ir encontrá-lo. Eu precisava estar linda aos olhos dele, sem parecer super produzida demais.

Foi ai que uma idéia me ocorreu.

James, claro!

Peguei meu celular e liguei para ele.

Oi minha mona diva! – saudou do outro lado da linha.

James meu amigo, preciso da sua ajuda. Só você poderá me ajudar! – murmurei.

E do que é que minha deusa precisa? – perguntou.

Preciso da sua presença em meu apartamento em no máximo dez minutos. Acha que consegue chegar aqui nesse tempo? – respondi com uma nova pergunta.

To na rua de trás da sua casa, baby. Chegarei em cinco minutinhos – respondeu.

Ótimo, estou te esperando – murmurei desligando o celular.

Como ele disse em cinco minutos o interfone tocou e eu liberei na portaria para que ele subisse. Dois minutos depois, a campainha estava tocando.

– Graças a Deus você veio! – disse dando um abraço e fechando a porta do apartamento após ele entrar.

– Claro que eu vim, mona. Agora para tudo... Você de roupão com essas pernocas lindas de fora é de dar inveja, patroinha – murmurou.

Dei risada.

– Obrigada, mas eu preciso da sua ajuda pra escolher uma roupa e me arrumar – disse á ele.

Ele deu um gritinho, seguido de um pulinho.

– Ai, para tudo! Eu sendo seu consultor, Bellinha?

– Sim, eu preciso da sua ajuda... Agora vem – disse puxando ele pro meu quarto e o levando até o closet. Havia varias roupas que eu havia experimentado jogadas no chão.

Ele observava meus sapatos e então perguntou:

– Qual é a ocasião?

– Reconquistar o meu ex-marido – respondi.

Ele arregalou os olhos e sentou-se na poltrona dentro do meu closet. Ele parecia indignado.

– Você vai seduzir o bofe maravilha?

– Sim, essa é a idéia – sorri.

– Oh God! Então isso exige uma super produção – ele bateu palmas e foi para o closet vasculhando os cabides com meus vestidos.

– Jay... Jay...

– Hummm... Esse não... Esse não... Esse não – murmurava sem parar jogando os vestidos desaprovados no carpete. – Ah, esse sim! – exclamou quando encontrou e então tirou do cabide e estendeu a minha frente.

Ele era preto rendado e justo no corpo até um pouco pra cima dos joelhos. Era de mangas compridas, mas com um decote generoso nas costas.

– Tem certeza? – mordi os lábios ansiosa e incerta ao mesmo tempo.

– Mas claro que tenho mona e pra completar, scarpins preto também – murmurou pegando um par de sapatos de minha prateleira.

– Não é ousado demais? – perguntei.

– É perfeito para uma mãe de dois filhos seduzir um bofe maravilha como o Edward. É ousado, mas não vulgar. Da um ar discreto e misterioso ao mesmo tempo. Eu com o seu corpo e com suas curvas, abusaria baby – gargalhou.

Dei risada.

– Tudo bem. Confio em você – disse pegando o vestido e os sapatos de sua mão e indo para o banheiro.

Eu já estava com um conjunto de lingerie preta por baixo do roupão, então eu o tirei e vesti vestido e por fim, calcei os sapatos.

Abri a porta do banheiro e fui para o closet, onde James estava sentado brincando com meus sapatos. Ele os largou no chão assim que os viu e seu queixo caiu.

– Minha nossa sonhara das Deusas sensuais, Isabella Swan... Se eu não fosse gay, juro que te pagava mona – murmurou me fazendo dar uma voltinha para que ele pudesse avaliar melhor o look.

Dei risada. Ah James!

Só ele me fazia rir daquele jeito.

Toda mulher deveria ter um amigo gay. Pois além de eles serem extremamente divertidos, sabem tudo sobre moda e cabelo.

– Acha mesmo que está bom James? – perguntei puxando um pouco o vestido para baixo.

– Está perfeito Mona, e vê se para de ficar puxando o vestido... Use a abuse dessas pernocas lindas, ai que inveja! – ele fez uma cara de decepção.

– Me ajuda com o cabelo e a maquiagem? – perguntei.

– Mas é pra já, baby – murmurou.

Dez minutos depois, eu estava pronta. James havia secado meu cabelo com secador e feito cachos nas pontas com a prancha de cabelo. A maquiagem ele havia feito algo mais natural. Apenas base, pó, máscara para cílios e lápis de olho marrom. Nos lábios, eu passei apenas um batom cor de boca.

Olhei-me no espelho e sorri.

Meu coração cantava de ansiedade em meu peito.

Eu estava me sentindo uma adolescente prestes a ir encontrar o primeiro namorado, ou talvez... Uma noiva novamente. A sensação que permeava a boca do meu estômago era como se mil borboletas estivessem batendo asas. Era a mesma sensação do dia em que me casei com Edward.

– E aí, Bellinha... O que achou da matéria prima? – brincou.

Olhei para James e sorri.

– Está perfeito! – murmurei.

– Ah, então força na peruca diva. Vá encontrar seu príncipe encantado, mona! – ele me deu um abraço e eu sorri esperançosa.

Dei uma carona pra James até a casa dele e depois dei a volta e fui em direção a casa de Edward. Ele morava em uma casa afastada da cidade, fazia com que eu me lembrasse da casa em que vivíamos em Manhattan.

Os seguranças ao virem que era eu que estava na porta liberaram para que eu entrasse. Parei o carro perto do Jardim e respirei fundo, tentando me acalmar.

Eu tinha de começar de alguma forma. Tinha de criar coragem para contar a ele sobre o filho que perdi e explicar o porquê eu mudei. Eu iria mostrar pra ele que a Bella dele ainda existia em mim e o amava mais do que tudo.

Olhei-me no espelho do retrovisor do carro e sorri.

Eu iria lutar para ter o amor da minha vida de volta.

Por Edward Cullen.

Ouvi a campainha tocar, mas continuei brincando com meus filhos. Emily atenderia.

– Marie, cuidado com a Bola Peluda! – murmurei. Ela estava preste a sentar em cima do rabo do cachorro. Isso não iria acabar bem.

Anthony estava brincando com um caminhãozinho no meio da sala, onde vários outros brinquedos estavam espalhados pelo chão. Eu adorava ver a casa toda bagunçada de brinquedos e ouvir a risada melódica de Anthony e Marie.

– Papai... Papai... Ele vai fugir – Marie se levantou correndo do chão e saiu correndo atrás do cachorro que parecia estar fugindo dela.

– Corre atrás dele Marie – falei dando risada e pegando um dos carrinhos para brincar com Anthony. Eu havia montado uma pista de corrida de carrinhos enorme pela sala. Nem mesmo as pistas de corrida de verdade tinham tantas curvas como a que eu havia montado para Anthony.

– Papai, qual dos dois é mais veloz? – Anthony me perguntou, mostrando dois carrinhos.

– Os dois, filhão. Os dois são velozes – sorri para ele. – De qual dos dois você gosta mais?

– Do Camaro vermelho – falou com um sorriso lindo no rosto, brincando com o carrinho.

– Mamãee! – ouvi a voz doce e melódica de Marie gritando.

Ela havia chegado.

Agora foi a minha vez de sorrir.

– Papai... Papai... A mamãe chegou papai, a mamãe ta aqui – Marie apareceu puxando Isabella pela mão até a sala, onde Anthony e eu estávamos.

E então ela apareceu.

Magnífica, linda era pouco para o que Isabella estava. Deslumbrante, perfeita se adéquam melhor.

Deus!

Ou é o meu amor por ela que esta fazendo com que eu a enxergue como a mulher mais linda do mundo, ou de fato ela é.

Anthony se levantou do chão e saiu correndo se empoleirando no pescoço dela, assim como Marie.

Ela deu um beijo neles e então olhou para mim de uma maneira diferente. Vi algo em seus olhos que desde muito antes de nos separarmos eu não via.

Amor. Em seus iluminados olhos eu vi amor.

Não havia nem a sombra daquela frieza com a qual eu estava acostumado a lidar. Ela parecia ter voltado a ser a minha Bella. A mulher que eu sempre amei e sempre vou amar.

Algo havia mudado nela para que essa mudança ocorresse, mas o que?

– Oi Edward! – ela disse e deu um sorriso. Aquela voz macia e sedutora que me levava à loucura só com o som...

– Oi Bella – sorri de volta simplesmente encantado com ela. – Chegou cedo para buscar as crianças...

– É eu... Eu tive uns contratempos e vou levar elas para a casa de minha mãe – falou.

– Marie e Anthony disseram que você passou na casa de Renée e que depois voltaria para lá... Esta tudo bem com seus pais? – perguntei ao mesmo tempo em que as crianças voltavam a brincar. Marie atrás do cachorro e Anthony com os carrinhos.

Fazia muito tempo que eu não via Renée e Charlie, os pais de Bella. Pra falar a verdade, acho que a última vez que os vi foi na semana em que assinamos os papéis do divórcio há um ano.

– Esta sim – falou. – Frescuras de minha mãe em relação ao Natal, eu iria voltar para lá depois que deixei as crianças aqui ontem, mas ela me ligou logo depois e não foi necessário.

Ah, então era com a mãe dela que Isabella estava falando enquanto eu a observava ontem, deduzi.

– Sua mãe vai encher a casa de novo como costuma fazer todo ano? – indaguei me lembrando daquela época. Se bobeasse, até mesmo pessoas desconhecidas faziam parte da noite de Natal na casa dos Swans. Renée sempre alegre e cheia de vida e Charlie, sempre no cantinho do sofá bebendo seu Wisky e fumando seu charuto. Era praticamente um ritual sagrado, todo natal tinha isso na casa dos pais de Bella.

Bons tempos!

– E você ainda tem dúvidas? – respondeu. – Passará ano, entrará ano e dona Renée nunca irá mudar. E você, o que irá fazer no Natal? – perguntou-me.

– Vou pra casa dos meus pais. Esme e Carlisle querem que eu passe o Natal com eles, me fizeram desmarcar até uma viagem de negócios por causa disso – respondi surpreso. Ela normalmente não me perguntava essas coisas.

Ela parecia tão natural e feliz... Era estranho vê-la assim depois de tanto tempo. O que havia acontecido com ela, por Deus no céu?

– Ué, mas seus pais costumam viajar no Natal e no ano novo – lembrou.

– Mudanças de planos. Acho que enjoaram de todo ano fazer a mesma coisa – murmurei. Esme e Carlisle haviam desistido de fazer o habitual cruzeiro de fim de ano pela Europa e resolvido passar o Natal e o ano novo aqui em Nova York.

– Bibi... Bibi... volta aqui – Marie gritou e o cachorro apareceu que mais parecia uma bola peluda apareceu correndo pela sala. Era de uma raça chamada Show-show, mas ele ainda era muito filhote e muito peludo.

O cachorro pulou em cima de Bella e ela o segurou no colo.

– Nossa, que coisinha fofa! – ela exclamou fazendo carinho no cachorro. Ela olhou para mim e sorriu. – Não sabia que tinha um cachorro Edward...

– E eu não tinha até ontem – dei de ombros. – Esse aí apareceu no Jardim aqui de casa e Marie e Anthony insistiram pra ficar com ele e eu acabei deixando. Agora eu tenho um cachorro – sorri.

– Pois é – murmurou colocando o bichinho no chão e olhou para nossos filhos. – Marie, Anthony... vão pegar as mochilas de vocês porque temos de ir – disse a eles.

– Ta bom, mamãe – Anthony disse a saiu correndo em direção as escadas que levariam ao quartos deles.

– Mamãe você ta bonita – Marie disse á Bella abraçando-a.

Isabella sorriu.

– Ah Marie...

– Esta linda – concordei. Quando eu vi as palavras já havia saído por minha boca.

Ela olhou fundo nos meus olhos e eu sustentei seu olhar.

– Obrigada – ela deu um sorriso de leve corando. Isso era tão Bella...! Ela revirou os olhos e olhou para Marie – Bom, mas isso tudo é coisa de James que é muito exigente.

James?

Quem era James?

– O tio James estava lá em casa, mamãe? Eu adoro o tio James – Marie perguntou.

– Estava sim, meu amor. Agora vai buscar sua mochilinha também – Isabella disse a nossa filha que saiu saltitante pela casa.

Então até meus filhos já conheciam esse tal James e eu não. Quem era ele?

Será... Será que ela já tinha outro?

Ah, mas é claro. Como eu fui cego e burro. Era por isso que Isabella estava diferente.

Ela estava reconstruindo sua vida ao lado de outro homem. Isabella já havia seguido em frente. Por isso ela estava tão feliz.

Esse outro homem, esse tal James estava fazendo ela feliz como um dia eu a fiz e agora já não faço mais. Ele estava dando a ela o que eu não pude dar.

– Você parece diferente – notei tentando fazer com que ela admitisse que tinha outro.

Ela deu de ombros e sorriu.

– Bom, é Natal e logo teremos o ano novo. É tempo de esperança e recomeçar. Hora de fazer escolhas e concertar os erros do passado antes que seja tarde demais. Eu me sinto diferente porque eu decidi ser diferente, resolvi que era hora de mudar – falou.

– Espero que essas mudanças estejam te trazendo felicidade – andei até ficar de frente para ela e poder olhar nos olhos dela.

Aqueles lindos olhos castanhos tinham um brilho suave que eu nunca vira antes. Um brilho que eu não fui capaz de colocar neles. Olhar tão de perto ela era doloroso.

O desejo e a tentação de tocar seu rosto, sentir o perfume de frésias de sua pele e beijar seus lábios rosados era poderoso demais. O meu amor por ela era imenso demais. Mas eu tinha de aprender a sufocar o que eu sentia.

Principalmente agora que não havia a menor chance de ela voltar a corresponder. Ela tinha outro.

– Não sei – disse incerta. – Tudo vai depender se eu sou forte e corajosa o suficiente pra fazer o que se deve fazer.

– Tenho certeza de que vai conseguir. Eu sempre acreditei em você – murmurei a ela.

Sua expressão mudou um pouco e uma sombra de tristeza abateu em seu rosto.

O que eu havia dito de errado?

– Eu sei – ela falou olhando para baixo.

– Bella eu... – não terminei de falar. Eu iria perguntar se tinha dito alguma coisa errada, mas Emily e as crianças apareceram na sala.

– Pronto mamãe, nós já pegamos as mochilas – Anthony murmurou vindo me dar um abraço de despedida.

– Ótimo, temos de ir meus amores – ela murmurou aos nossos filhos.

– Eu acompanho vocês até a porta – disse a ela.

Me despedi de Anthony e Marie. Nossa filha entrou no carro, mas Anthony hesitou.

– Mamãe, papai posso fazer uma pergunta? – Anthony perguntou a mim e Bella.

– Claro que sim meu amor – Isabella falou e eu assenti concordando.

– Eu não entendo, o porquê a gente mora em casas separadas agora? Porque vocês não estão mais juntos? – ele perguntou me deixando surpreso.

Isabella empalideceu e eu tive a impressão de que ela estava prestes a chorar. Mas talvez tenha sido só impressão.

Ela pigarreou e tentou responder.

– Anthony você ainda é muito pequenininho pra entender e hã... – ela parecia estar sem fala.

– É complicado, filho – acrescentei me agachando e ficando na altura dele. – Quando você crescer vai entender as coisas complicadas do mundo dos adultos.

– Acho que quando eu crescer ainda assim eu não vou entender – ele murmurou e me deu um abraço. Aquilo me desarmou.

Somente naquele momento eu percebi o quanto a minha separação de Bella havia afetado meus filhos e pela expressão da mãe deles, o mesmo acontecia com ela.

Anthony entrou no carro e passou o sinto de segurança, assim como Marie que estava quietinha no banco de trás. Emily entregou alguns brinquedos que eu havia comprado para eles de presente e eu a ajudei a colocar na porta malas do carro.

– Bom, eu espero que as crianças tenham se comportado com você – ela murmurou olhando para mim.

– Claro que se comportaram. Você educa muito bem Anthony e Marie, jamais poderia negar que é uma excelente mãe. Eu amo nossos filhos – E amo você, poderia ter acrescentado. Mas não o fiz.

Ela deu um sorriso de leve.

– Eu sei – disse. – Feliz Natal Edward!

E então ela fez a última coisa que eu imaginava que pudesse fazer.

Ela me deu um beijo na bochecha.

– Feliz Natal, Bella! – dei um meio sorriso confuso.

Ela deu a volta e entrou no carro e eu fui pra dentro de casa. Fechei a porta e respirei fundo.

– Wow, o que foi isso Sr. Cullen? – zombou Emily dando risada, vindo de algum lugar da sala. – O clima natalino parece estar finalmente amansando a fera ou é impressão minha?

– Argh Emily, pelo amor de Deus... Ninguém te ensinou que é feio ficar espionando da janela? – disse passando por ela e indo pra sala. Ela veio atrás.

– Desculpe, mas eu não me agüentei Edward – falou. – Mas aquele olhar que eu vi ali, meu Deus... é de uma mulher completamente apaixonada. Edward, que feitiço jogou nela?

Revirei os olhos e me sentei no sofá.

– Emily, não diga besteira. Isabella pode até estar apaixonada sim, mas não é por mim.

– Sim, é por você – retrucou. – A maneira como ela te olhou, Edward... Eu sou mulher, conheço o olhar de uma mulher apaixonada.

– Emily, ela tem outro. O nome dele é James, até meus filhos já o conhecem - murmurei á ela. O sorriso de Emily se desfez na hora.

– Não, não pode ser... Então tudo será em vão, eu...

Eu ia perguntar sobre o que ela estava falando quando Marie apareceu toda saltitante na sala.

– Papai, papai... – apareceu gritando e correu para os meus braços.

– Marie! – exclamei surpreso. – O que ainda esta fazendo aqui meu amor? Pensei que já tivesse ido embora com sua mãe – falei segurando ela em meus braços.

– Papai, a mamãe pediu para entregar isso aqui pra você – ela tirou a mochilinha das costas e abriu tirando uma caixinha de lá de dentro.

Ela me entregou a caixa.

– Sua mãe? – indaguei confuso e surpreso ao mesmo tempo.

– Sim, papai... Agora eu tenho que ir – ela me deu um beijo no rosto saiu correndo – Tchau papai, tchau Emily.

– Tchau meu amor – falei tarde demais olhando pra caixinha em minhas mãos, meio zonzo com tudo aquilo.

– O que é? – Emily perguntou curiosa.

– Não sei – dei de ombros olhando pra caixa em minhas mãos. Era preta com um laço azul cruzando-a.

– Ora, então abra – ela incentivou.

Pisquei algumas vezes, saindo o transe e fiz o que ela disse. Retirei o laço da caixa e quando o abri havia um frasco de perfume lá dentro e um cartão escrito Feliz Natal.

Era um perfume da marca Hugo Boss. E só havia uma pessoa que sabia que sabia que esse era o meu perfume favorito na face da terra.

Essa pessoa era Isabella.

Ela costumava brincar que eu não sabia escolher nem meus perfumes, nem as gravatas que eu usava.

Era ela que sempre cuidava disso quando éramos casados. Depois que nos separamos, eu passei a cuidar disso. Mas não tinha o mesmo toque sem ela.

Peguei o perfume e espirrei no ar. A mesma fragrância que ela sempre comprara para mim quando éramos casados. Eu ainda tinha um frasco dele, da última vez que ela comprou quando ainda estávamos juntos. Mas já estava por acabar.

Dei um sorriso.

– Uau, ganhou um perfume novo da sua ex-mulher com olhar de apaixonada e ainda diz que não é por você? – indagou Emily arqueando suas sobrancelhas loiras.

Comecei a dar risada descrente. Primeiro o beijo e agora o perfume.

– Não sei o que deu em Isabella, mas eu quero muito descobrir – murmurei.

Não era possível que Emily tinha razão. Será?

Será que finalmente Deus resolveu ser bondoso e fazer com que Bella volte a me amar? Será que ainda haveria alguma chance dela voltar para mim? Uma chance de haver um nós?

Não sei explicar o que aconteceu, mas há muito tempo eu não sentia aquilo.

Naquele momento, eu senti esperança.

Por Bella Swan.

– Pronto, mamãe – Marie entrou no banco de trás do carro me trazendo de volta a realidade.

– Pegou o que tinha esquecido, meu amor? – perguntei. Na hora que eu ia dar a partida no motor do carro agora a pouco, Marie me impedira dizendo que tinha esquecido uma coisa na casa de Edward e saiu correndo do carro para ir buscar.

– Peguei sim – respondeu colocando o sinto de segurança.

Liguei o motor do carro e sai o mais rápido possível dirigindo pelas ruas de Nova Iorque até a Ilha de Manhattan que era onde minha mãe morava.

Ao chegar lá, Renée para minha surpresa estava do lado de fora da casa cuidando das flores de seu jardim totalmente iluminado por pisca-piscas.

– Vovó – gritou Marie e Anthony ao mesmo tempo correndo para os braços dela no quintal.

– Ah meus netinhos! – ela abraçou os dois ao mesmo tempo. – Bella minha filha, não esperava sua visita – minha mãe murmurou olhando para mim.

– Oi mãe – dei um beijo no rosto dela. – Desculpa vir sem avisar.

– Ah, não importa querida – deu de ombros, abraçada com meus filhos. – Eu só estava arrumando o jardim para o Natal. O que achou? – perguntou.

– Ficou lindo, mãe. – elogiei. – Mas cuidado, pois esta a noite. Apesar de iluminado, é perigoso algum bicho lhe picar.

– Ah, bobagem! – revirou os olhos. – Vem, vamos entrar. O vovô Charlie esta na cozinha fazendo aquela macarronada que vocês adoram crianças – murmurou e meus filhos entraram correndo dentro de casa gritando pelo meu pai, deixando a mim e minha mãe no jardim. – Você não vem querida? – Renée me perguntou, vendo que eu não sai do lugar.

– Não mãe. Pode olhar as crianças para mim por uma hora? – perguntei.

– Claro querida, posso sim – deu um sorriso e veio até mim pousando as mãos em meus ombros. – Esta tudo bem filha? Você parece meio abatida, apesar de estar linda com esse vestido, devo acrescentar.

– Estou bem mãe. É só o stress do dia-a-dia – menti.

Minha mãe não podia saber da verdade. Tenho certeza de que ela seria outra que não iria me perdoar por ter escondido meu segredo de Edward. Eu sabia que Renée desconfiava de algo, assim como Rosalie. Renée tinha certa intuição e já comentara varias vezes a respeito. Eu tenho para mim que ela desconfia de que meus filhos não são de Edward.

Eu jamais o trairia. Eu amava tanto Edward, que ficava cega com o resto do mundo.

– Tudo bem então querida – deu de ombros, mas tenho certeza de que ela não acreditou em minha mentira. Ela era muito observadora.

Despedi de minha mãe e voltei pro carro. Liguei para Rosalie e pedi para que ela me encontrasse. Em meia hora eu me vi sentada com Rosalie num café perto da casa dela, contando a ela tudo o que eu havia feito esta tarde e no inicio da noite.

– E então, o que você acha? – perguntei depois de contar a ela sobre eu ter me super produzido para encontrar Edward e ter tomado a iniciativa de reconquistá-lo.

– Bom, eu estou feliz que você tenha tomada esse decisão Bella. Já não era sem tempo – sorriu. – Mas antes de tudo, você precisa contar a verdade para ele. Sei lá, ligue para o Edward, marque um encontro e diga tudo para ele.

– Eu ia dizer hoje – admiti. – Mas houve uma hora em que ele disse que sempre confiou em mim e aquilo mexeu demais comigo.

– Isso se chama consciência pesada querida. Se você tivesse me ouvido lá atrás quando eu disse pra você contar a ele sobre o bebê que você perdeu, isso não estaria acontecendo. Vocês dois estariam juntos, felizes e provavelmente encomendando o Edward Júnior II ou a Bellinha Dois – brincou.

Revirei os olhos.

– Ai Rosalie, você realmente não sabe levar as coisas a sério!

– Não querida, eu só estou dizendo a verdade – murmurou. – Vocês dois planejavam ter uma família grande, e só tiveram dois filhos. Tenho certeza de que o Edward ficaria muito feliz em ter pelo menos seis filhos.

Dei risada.

– Rosalie, como sabe? – indaguei.

– Sei o que?

– Que Edward gostaria de ter pelo menos seis filhos? – respondi.

– Oh meu Deus, é verdade? Eu acertei o palpite? – seus olhos castanhos brilharam de empolgação.

– Sim, acertou – respondi dando risada. – Quando nos casamos, ele disse que queria ter no mínimo seis filhos. Quando ele soube que eu estava grávida de gêmeos, não sabe o quão feliz ele ficou. Edward só faltou soltar fogos de artifício – murmurei com um sorriso, me lembrando da cena. Edward estava tão feliz, tão sorridente que eu me sentia feliz só de olhar para ele.

Estávamos casados há tão pouco tempo, mas já estávamos construindo a família que sempre almejamos desde quando nos apaixonamos.

Foi perfeito!

Estar casada com Edward era como andar nas nuvens ou sonhar constantemente que eu estava no paraíso.

Edward era o melhor marido do mundo. E eu tentava ser a todo o momento a melhor esposa do mundo também, mas acima de tudo, era eu mesma. E saber que ele me amava por quem eu era, que eu não precisava mudar porque ele gostava de mim do jeito que eu era... É incrível. Ele era o melhor homem do mundo. Um verdadeiro príncipe encantado.

Mas infelizmente, tudo aquilo acabou quando eu perdi nosso bebê. A escolha foi minha e as conseqüências também. Às vezes eu me pergunto: se eu pudesse voltar no tempo, será que mudaria algo?

Até hoje não encontrei essa resposta.

– Vocês ainda podem ter uma família gigantesca – Rosalie falou tirando-me de minhas lembranças. – Basta conversar com ele e dizer toda a verdade. Bella, Edward é um homem generoso e de um coração imensamente humilde e bom. Ele te ama, ele vai te perdoar e vai querer você de volta na hora que ele ver que você nunca o deixou de amar.

– Deus, eu o amo demais Rosalie. Se eu fiz tudo o que eu fiz, se eu escondi dele a morte do nosso bebê, é porque eu não queria vê-lo sofrer. Não queria que ele me odiasse, porque eu não iria suportar isso – disse á ela.

Ela estendeu as mãos pela mesa e segurou as minhas.

– Então, esta esperando o que pra pegar esse celular e ligar pra ele marcando um encontro? – perguntou.

– Eu vou ligar pro Edward e vou marcar um encontro com ele amanhã – murmurei com um sorriso.

– Isso, faça isso e vá ser feliz minha amiga – Rosálie me incentivou com um sorriso imenso.

Alguns minutos depois, Rosalie recebeu uma ligação de Emmett e foi embora. Eu fui para a casa de minha mãe buscar meus filhos. Conversei um pouco com Renée e meu pai Charlie e depois levei as crianças para casa. Eles estavam cansados e com sono, segundo o que Marie e Anthony me contarão, eles haviam passado boa parte do dia na piscina aquecida com o pai brincando com eles.

Ao chegar em casa, dei banho em meus filhos, arrumei-os para dormir, dei um lanchinho para eles, pois já haviam jantado na casa da avó e depois que ambos escovaram os dentes, eu dei um beijo em cada um e os botei para dormir em seus respectivos quartos.

Bom, agora era a minha vez de me cuidar.

Tomei um banho relaxante, deixando a água quente cair por meu corpo e depois vesti uma camisola azul escuro. Eu estava sem sono, então peguei um vinho e abri para beber enquanto assistia a um filme na TV a cabo chamado Orgulho e Preconceito, que era uma adaptação de um livro de uma autora renomada chamada Jane Austen. Era lindo!

Eu havia desligado todas as luzes da casa e deixado a sala iluminada apenas pela luz da TV de LCD.

Envolvida pelo filme e quase no escuro, eu mal percebi quando Anthony levantou e se sentou ao meu lado no sofá.

– Tony, o que faz aqui meu filho? – indaguei abraçando-o. – Já esta tarde, é hora de criança estar na cama.

– Eu sei mamãe, mas eu havia me esquecido de entregar isso aqui – ele estendeu um caixinha de veludo para mim.

– O que é isso? – perguntei pegando de suas mãos.

– O papai pediu pra te dar, mãe – respondeu abrindo a boca de sono.

Edward havia pedido para Anthony me entregar algo? O que seria?

– Tudo bem, obrigada filho. Mas agora, vou botar você na cama – disse pegando ele pela mão e o levando para o quarto. Botei meu filho na cama e o cobri dando um beijo nele.

Voltei pra sala e sentei-me no sofá pegando a caixinha de veludo de cima da mesinha a minha frente. Quando eu a abri, quase perdi o ar.

Havia um par de brincos lá dentro com um cartãozinho escrito Feliz Natal.

Meu coração disparou.

Quando éramos casados, Edward dizia que não gostava quando eu escolhia as minhas próprias jóias. Ele dizia que um dos maiores prazer na vida de um homem é poder presentear a mulher que ama com uma jóia, para torná-la ainda mais bela do que já é.

Os brincos eram lindos. Eram de brilhantes em forma de cascata e pediam um coração lapidado em uma pedra azul. Eu não conhecia muito bem pedras preciosas, mas acho que aquela pedra azul era safira.

Edward sempre teve bom gosto pra jóias, todas as que eu possuía eram presentes dele. Mas ele conhecia os meus gostos.

Ele sabia que eu gostava de coisas simples e delicadas como aqueles brincos.

Coloquei a caixinha com os brincos em cima da mesinha a minha frente e olhei de relance para a TV e percebi que ainda estava passando o filme.

A fala do personagem do filme, o Sr. Darcy para a Senhorita Elizabeth naquele momento, me fez lembrar a primeira vez em que Edward disse que me amava.

Eu a amo ardentemente!

Edward havia dito exatamente essas palavras a mim, no dia da formatura da faculdade. Foi nesse dia que ele se declarou para mim e eu para ele.

Olhei para o celular no braço do sofá e uma idéia percorreu minha mente.

Sem pensar muito eu toquei a tela touch screen e percorri a lista de contatos até o nome dele. Olhei alguns segundos pro nome dele e então toquei o nome.

Pressionei o celular no ouvido e esperei enquanto chamava.

Meu Deus, o que eu estava fazendo? Faltavam quinze minutos para a meia noite, mas eu estava ligando para o Edward, era isso mesmo?

Eu ia desligar quando chamou pela terceira vez, mas então ele atendeu.

Alô? – sua voz rouca e aveludada soou do outro lado da linha. Meu coração cantou em meu peito.

Oi Edward, boa noite! Te acordei? – perguntei, me amaldiçoando mentalmente por estar fazendo aquilo. Eu estava ficando louca!

Bella – ele sussurrou surpreso. – Oi, não... Não me acordou não... Esta tudo bem? Tudo bem como você e com as crianças? – perguntou.

Esta sim – respondi. – Quer dizer, mais ou menos. As crianças já estão dormindo.

O que houve? – indagou.

Bom, eu poderia responder que eu havia ficado louca e que precisava apenas ouvir a voz dele. Poderia também dizer que sentia a falta dele e que o amava.

Ok, ele me perguntaria se eu havia bebido e quando eu confirmasse, ele viria aqui e tiraria meus filhos de mim, pensando que eu havia surtado. Então...

Eu andei observando algumas coisas, com Anthony e Marie. Eles estão sentindo a sua falta – falei e acrescentei mentalmente: eu sinto sua falta.

Eu sei – ele deu um suspiro. – Eu só não havia percebido o quanto até hoje na hora em que Anthony perguntou o porquê de estarmos separados...

Foi por minha culpa!

É, eu também não havia percebido o quanto até hoje. Bom, eu só estava pensando... – não consegui terminar. Meu Deus, eu estava ficando louca. Concerteza estava ficando louca!

Pensando... No que Bella? – perguntou.

Eu só estava pensando, bom... Será que você não gostaria de passar o natal comigo, quer dizer, com nossos filhos? – perguntei e então mordi a língua.

Merda, o que eu estava fazendo?

Edward e eu estávamos separados e eu o estava convidando para passar o natal comigo?

Bella, eu não vou tirar as crianças de você no Natal – percebi quando Edward deu um sorriso do outro lado da linha. Merda, eu não falei de tirar as crianças de mim... Será que ele não entendeu onde eu estava querendo chegar?

Bom, não precisa fazer isso. Liga pros seus pais, você e os seus pais podem ir passar o Natal na casa da minha mãe... Sabe que Renée e Charlie adoram Esme e Carlisle. Eles adoram você e ficariam muito felizes em tê-los no Natal conosco – falei.

Bom, a verdade é que não havia como não amar Esme e Carlisle. Minha ex-sogra e meu ex-sogro eram verdadeiros anjos na terra. Assim como o filho deles, Edward.

Tudo bem, aceito – ele murmurou e eu ouvi seu sorriso. – Vou ligar para Esme e Carlisle e mesmo que eles não aceitem ir, eu vou. Chego na casa dos seus pais até a meia noite – ele murmurou.

Não pude deixar de sorrir.

Tudo bem, vamos estar te esperando – falei.

Nos vemos na noite do dia 24, então? – indagou.

Sim, nos veremos – respondi.

Então boa noite, Bella – murmurou.

Boa noite, Edward – murmurei desligando o celular e escondendo o rosto nas almofadas com um sorriso.

Meu coração estava disparado em meu peito, minhas mãos suando frio e parecia que mil borboletas batiam asas em meu estômago.

Deus, Edward passaria o Natal comigo e... Merda!

Eu havia me esquecido de agradecer pelos brincos. Bom, pelo menos eu faria isso pessoalmente no Natal. E também, eu tinha de retribuir o presente. E eu já sabia como.

Se Edward me perdoaria por eu ter mentido e ainda me amava, eu não sabia.

Mas eu sabia que no Natal, a áurea de esperança e recomeço é uma coisa quase palpável. Era o momento certo para contar a verdade a ele.

Eu iria fazer de tudo para reconquistar meu amor.

Custe o que custar, eu iria vencer essa distância que havia entre nós.

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